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HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU
HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU

OKARAN

OLURUM, através de OBATALÁ, fez o homem que era a sua própria imagem e o chamou ISELÉ.

Em razão de ISELÉ viver muito só, sentiu necessidade de uma companheira para poder procriar, procurou então OBATALÁ e narrou o seu pedido. OBATALÁ comovido chamou um EBORÁ dos mais puros e pediu que ajudasse ISELÉ naquilo que precisasse. O EBORÁ ao tomar conhecimento dos fatos não aceitou a determinação de OBATALÁ , revoltando-se. OBATALÁ então, mediante a insubordinação do EBORÁ, fez com que ele descesse para a grande profundeza da terra, arrastando consigo todos os pecados. No interior da terra, o EBORÁ encontrou uma pedra vermelha (laterita) e alimentou-a com um acaçá vermelho. Dali nasceu o ODU OKARAN, parido em conseqüência da revolta, desobediência e insubordinação.

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU EJIOKO

OLODUMARE se achava em dificuldades na manutenção do equilíbrio entre o ÓRUN e o AIYÊ, em razão da sucessão de mentiras e falsidades que acabaram entrando em choque com a honestidade e firmeza de caráter de outros seres, tendo em conseqüência uma série de desavenças, guerras e até mesmo pequenos conflitos que passaram a ameaçar não só a paz e a harmonia dos dois mundos, mas também a própria existência do mundo material.

Resolveu então OLODUMARE consultar seu irmão e grande amigo, BABÁ ORUNMILÁ IFÁ, que o aconselhou a arriar uma oferenda na beira de um rio de água limpa, sobre um pedaço de pano branco, onde deveria colocar um acaçá vermelho para o ODU OXÊ e um acaçá branco para o ODU EGIONILE, duas cabaças com água no meio e duas lanças de ferro. Assim fez OLODUMARE e, no outro dia, ao retornar ao local da oferenda, encontrou um jovem garboso que dizia chamar-se ODU EGIOKO, tendo sido enviado por OLORUM, o DEUS DA CRIAÇÃO, para destruir o mal que afligia a terra, destruindo os falsos e mentirosos.

Este ODU diz ter sido portanto gerado por OXÊ e EGIONILE, não trazendo consigo qualquer espécie de pecado.

Fala na terceira casa do Oráculo de Ifá. Respondem Ogun e Obaluaiyê. É representado por três búzios abertos e treze fechados.

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU ETAOGUNDÁ

Este Odu foi fecundado na areia da praia, com um pano branco, três chaves de ferro, três acaçás brancos, três acaçás vermelhos, três pedras de minério de ferro, três peixes corvina, três cavalos marinhos, três cocos secos, e três cabaças. O seu surgimento simboliza a abertura dos caminhos e exerce nos seres humanos grande influência nos rins, pernas e braços.

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU IOROSSUN

OBATALÁ chamou por mais uma vez ISELÉ e mandou que raspasse uma madeira de cor vermelha para extrair um pó de nome ossum. Determinou que cravasse em um brejo quatro lanças de madeira, amarrada na ponta de cada lança uma cabaça e, colocasse no interior de cada uma das cabaças um pouco daquele pó, pedaços de pano vermelho e quatro argolas de cobre. Deste fato nasceu o Odu IOROSSUM, nascido sem pecado.

Do Odu IOROSSUM, surgiu NANÃ IBAIM, a primeira yabá, a mais velha de todas que se uniu com ÓDÙDÚWÁ. Desta união nasceu OXOSSE OKÉ que juntou-se à OXUM OLOKÉ, que não gera filhos. OXOSSE OKÉ então se une ä IANSAN. Esta gera dezesseis filhos que acabam sendo criados por OXUM OLOKÉ, dando origem à IBEJI. OXOSSE OKÉ, além de caçador, se torna sacerdote.

Da união de NANÃ IBAIM com ÓDÙDÚWÁ, nasce EXU OLÁ (rei de todos os Exus), OMULU, OXUMARÊ, IYEMONJÁ e OSSAYIN ABENEJI. OSSAYIN ABENEJI transforma-se na própria botânica, como SENHOR de todas as ervas.

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU OXÊ

Este Odu foi gerado de cinco espelhos e um pano bem alvo na beira do rio. Foi concebido sem pecado original. Desta concepção nasceu Oxum Gimun, a mais velha das Oxuns.

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU IOROSSUN ODU OBARÁ

Este Odu representa a riqueza, foi gerado de um bloco de ouro. As suas arestas representam as riquezas.

O Odu OBARÁ fez a fecundação com EGILAXEBORÁ, de OBARÁ veio AGÉ, e de EGILAXEBORÁ nasceu ARAIUN, que por sua vez não vem na cabeça de ninguém e gerou doze Xangôs. AGÉ nada gerou.

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU ODI

O Odu ODI se uniu ao Odu ETAOGUNDÁ. Desta união surgiu OMULU ORUEJE. Do Odu Odi nasceu OMULU JAGUM E OXUMARÉ. Do Odu ETAOGUNDÁ surgiu YEMANJÁ e ANIBUN; desses dois nasceu OGUN IOROMINAN ABALAJÚ, que deu origem a OGUN MEJEJÊ AJÁ (OGUN JÁ).

O Odu ODI foi fecundado com farofa d'água, metal branco, metal amarelo, ímã, sete guizos dourados e pedra de minério. Representa dores e embaraços.

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU EJIONILÊ

ISELÉ recebeu de OLODUMARE a ordem de, no alto de um morro gramado, aos pés de uma palmeira, colocar uma grande cabaça aberta, com oito acaçás brancos, oito argolas de chumbo, oito pedras lisas brancas, oito búzios e sacrificar dentro da cabaça um animal de quatro patas, de cor branca. Dessa oferenda foi fecundado o Odu EGIONILÊ, e de sua fecundação nasceu KINAMAN, empregado fiel que sempre o acompanha.

A cor do Odu EGIONILÊ é branca, por este motivo, não se usa azeite de dendê, nem qualquer outra coisa de cores vermelha ou preta em suas obrigações.

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU OSSÁ

OBÁ OLOKUN, rei do mar, consultou sua esposa ILAKUN, rainha do mar, e a mesma falou da necessidade de um guerreiro para chefiar seu exército. O rei então procurou OLODUMARE para se aconselhar a respeito, tendo o mesmo lhe dito que o melhor seria construir um guerreiro com todas as qualidades desejadas, Disse para o rei colocar um pano azul, um pano vermelho, uma estrela do mar, nove barras de ferro e nove acaçás de leite de coco doce na beira do mar. Assim fez OBÁ OLOKUN. Naquela madrugada então foi fecundado um príncipe que surgiu armado com nove lanças, cavalgando um enorme cavalo marinho, dizendo chamar-se ODU OSSÁ MEJI, e nasceu com toda autoridade de um chefe de exército.

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU OFUN

OLORUN chamou ISELÉ para falar da necessidade da criação de um Odu que trouxesse paz e equilíbrio à terra. Mandou então ISELÉ pegar um efun e raspar sobre uma peça de prata numa folha de caapeba junto com um pedaço de cristal de rocha e que misturasse tudo com orvalho e neblina, colocando a mistura sobre um monte de areia no alto de um morro. No outro dia, ao raiar do sol, surgiu o Odu OFUN , gerado puro, sem pecado, trazendo com ele os Orixás OXOLUFAN e ODUDUWÁ.

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU OWARIN

OLODUMARE precisava de um empregado. Depois de tanto procurar e não encontrar, resolveu gerá-lo para dispor de seus serviços.

Em uma encruzilhada aberta, colocou pedaços de pano preto, vermelho e branco e sobre os panos, onze cabacinhas abertas cheias de mel e uma corrente de ferro com onze elos, uma garrafa de aguardente e onze búzios abertos. No dia seguinte surgiu o Odu OWARIN, que pariu EXU ÒLA, rei dos Exus, que passou a servir OLODUMARE em seus desejos.

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU EJILAXEBORÁ

O Reino de OYÓ se achava em péssimas condições. As intempéries da natureza fustigavam o local trazendo pânico aos seus habitantes.

Um dos OBÁS de XANGÔ, condoído com a situação do povo, resolveu procurar um BABALAWÓ. Este, consultado, narrou ao OBÁ que a ira de OLODUMARE castigava aquele reinado e que havia necessidade de fazer oferendas. Voltando ao Reino, o OBÁ falou com os outros OBÁS e estes por sua vez resolveram fazer a tal oferenda. Acenderam uma enorme fogueira e próximo a ela colocaram uma gamela de madeira com doze quiabos, doze pedrinhas brancas, um par de chifres de carneiro, doze argolas de cobre, doze xéres, doze oxês, doze ímãs, doze favas de alibé, tudo sobre doze punhados de areia do mar. No dia seguinte, quando a fogueira se apagou, surgiu um belo príncipe que ao ser indagado disse chamar-se EGILA XEBORÁ, nascendo com ele XANGÔ ARAUREM (hoje não mais cultuado) que gerou LOGUN-EDÉ.

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU EJIOLIGBAN

Uma IYAMI AJÉ, Mãe feiticeira, habitante de uma lagoa de água doce, sentindo-se muito só, viu a necessidade de criar para si uma companhia.

Sobre uma pedra no meio da lagoa, forrou um pano azul e um pano vermelho, sobre os panos colocou uma panela de barro, treze cabacinhas, treze pinhas, treze argolas de cobre, um obi, um orobô, treze bandeirolas brancas, treze eguidis, treze ikos, treze vinténs de cobre e treze ímãs, cobrindo tudo com palha da costa.

No amanhecer do outro dia, coberto pelos primeiros raios do sol, surgiu um ser trazendo em suas mãos uma foice de metal e disse chamar-se Odu EGILIOGBAN, filho de IYAMI AJÉ em conseqüência trazendo consigo AJÉ, o que o tornava perigoso, mensageiro das calamidades da morte.

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU IKÁ

A fecundação histórica deste Odu fala que seu aparecimento foi para destruir ISELÉ, ele significa a destruição do homem ou sua ascensão.

ISELÉ, achou-se muito importante perante ORUNMILÁ, motivo pelo qual foi destruído por IKÁ.

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU OBEOGUNDÁ

Este Odu é feminino, foi gerado de acaçás brancos e amarelos, próximo de uma montanha de minério de ferro. Veio pôr fim a uma guerra entre irmãos.

HISTÓRIA DA FECUNDAÇÃO DO ODU ALÁFIA

ALÁFIA significa a parte positiva de cada Odu, quando se faz uma súplica à ORUNMILÁ, quer dizer que se está fazendo pedido a uma força superior. Este Odu foi gerado sem pecado original. ção

 

PRESSÁGIO DOS ODÚS 

        Odus são presságios, destinos, predestinação. Os odus são inteligências siderais que participaram da criação do universo; cada pessoa traz um odu de origem e cada orixá é governado por um ou mais odus. Cada odu possui um nome e características próprias e divide-se em "caminhos" denominados "ese" onde está atado a um sem-número de mitos conhecidos como Itàn Ifá. Os odus são os principais responsáveis pelos destinos dos homens e do mundo que os cerca. Os Orixás não mudam o destino da vida e sim executam suas funções dentro da natureza liberando energia para que todos possam dela se alimentar, o odu é o caminho, a existência do destino o qual o Orixá e todos os seres estão inseridos. Cada pessoa pode ir de encontro ou seguir um caminho alheio ao destino estabelecido, isso nós dizemos que a mesma está com o odu negativo, ou seja: seu destino sua conduta foge as regras siderais (seguiu um caminho negativo dentro do estabelecido). Nós quando nascemos, somos regidos por um odu de ori (cabeça), que representa nosso "eu" assim como odu de destino, etc. O destino das pessoas e tudo o que existe podem ser desvendados por meio da consulta a Ifá, o oráculo, que se manifesta pelo jogo. Ifá tem seu culto específico e o mais alto cargo do culto de Ifá é o de Oluwô, título concebido a alguns Babalaôs. Ifá é o Orixá da adivinhação e para tudo e deve ser consultado. Existem alguns tipos de jogo: o de Opelé Ifá, o rosário de Ifá, o jogo de búzios, etc. No jogo de búzios (Erindilogun) quem fala é Exu.  São dezesseis búzios que podem ser jogados também pelos Babalorixás e Ialorixás. A consulta a Ifá é uma atividade exclusivamente masculina, mas as mulheres passaram a poder pegar nos búzios porque oxum fez um trato com exu, conseguindo dele permissão para jogar. O jogo de Opelé Ifá baseia-se num sistema matemático, em que se estabelece 256 combinações resultantes dos 16 odus usados no jogo de búzios multiplicado por 16. Nada se faz sem que antes se consulte o oráculo, quanto mais séria a questão a ser resolvida, maior a responsabilidade da pessoa que faz o jogo.

 

NOTA: no Batuque é comum utilizar o jogo de búzios pelo método de consulta a orixá, utilizando-se um rosário onde se consultam os orixás conforme as caídas dos búzios. Costuma-se jogar com 8 ou 16 búzios para se fazer à leitura. Nada impedindo aos mesmos que utilizem também o jogo pelo método de Ifá, desde que os zeladores conheçam profundamente as caídas de odus, os egbós, fundamentos e segredos referentes a cada odu.

 

Calcula-se o seu Odu de placenta somando todos os números da data de nascimento. O resultado desta soma tem a vibração de elementos e orixás determinados, com lendas e arquétipos. 

Por exemplo: uma pessoa que nasceu no dia 28 de dezembro de 1982.

2 + 8 + 1 + 2 + 1 + 9 + 8 + 2 = 33  ...  3 + 3 =  6  (Obará)