Um fator importantíssimo na formação de um sacerdote é o conhecimento das INSABAS, (ervas sagradas), pois que sem elas, não podemos realizar nada dentro do axé orixá. Delas dependemos desde a realização de um ebó até a feitura de um yawô, como até mesmo no preparo de um corpo para ser sepultado. Mas estas ervas são de uma complexidade muito grande, pois que umas servem para vários orixás, outras tão somente para algumas qualidades. As ervas de Nanã e Omulú, por exemplo: JAMAIS podem ser usadas em pessoas de alguns santos. Já existem outras que apanhadas de manhã bem cedo, são para um determinado fim, de tarde para outros, e assim por diante. Ainda existem aquelas que não podem ser utilizadas em hipótese alguma por qualquer que seja a qualidade do orixá dado a serem ervas de egum, exú e assim por diante. Algumas destas ervas proibidas no axé orixá são: Folha de amora por ser erva de egum e não de santo como dizem alguns, Folha de fogo, Folha de canssanção Urtiga Pinhão roxo Folha de carambola Folha de jamelão Folha de corredeira e assim por diante. É necessário que um zelador tenha profundo conhecimento das insabas para que ao preparar um banho, por exemplo, não venha a destruir a vida das pessoas. As ervas são a natureza viva, e como tal, sua força é pura, ou como dizemos normalmente: “uma força bruta”, esta força é totalmente independente da vontade do homem, ou jamais será manipulada por ele, a não ser para seu uso diário, assim, devemos estar bem conscientes de nossas atitudes, dado que estas forças uma vez invocadas, atuarão na vida das pessoas podendo causar malefícios ou benefícios, e isso se dará de conformidade com o uso que fazemos dela. Assim é imprescindível que as cultuemos que zelemos pela natureza para que possamos sempre estarmos utilizando de suas riquezas. E que aprendamos corretamente o uso das Insabas antes de utilizá-las. Faz-se necessário também que nós do axé orixá, nos empenhemos no combate ao desmatamento, e qualquer outra coisa que venha a destruir a natureza, pois basta que lembremos que nossos santos, governam esta natureza e, que sem ela, não TEREMOS COMO CONTINUAR a praticar esta religião tão maravilhosa. Assim, passamos a seguir a discriminar algumas ervas de cada orixá: Folhas de Ogum: Folha de dendezeiro Junça (espada de S. Jorge) Folha de jurubeba Abre caminho Gervão São gonçalinho Folha de canela Eucalipto (não se usa em banhos) Oxossi Chapéu de couro Alecrim da horta Aroeira Pitanga Alfavaquinha Pariparóba (capeba) Cinco folhas Lança de Ogum Folha de coqueiro Taquarinha Dinheiro em penca Ossanha ou Agué Castanheira (amendoeira) Folha de fumo (não se usa em banhos) Erva de passarinho (não se usa para banho) Alfavaca Manjericão Vassourinha Essas são algumas das ervas que se usa em Agué, uma vez que por ser ele o dono das folhas são utilizadas praticamente todas as ervas para este santo. Oxum Marê Rama de batata doce (não se usa em banhos) Folha de bananeira (não se usa em banhos) Melão de S. Caetano (não se usa em banhos) Jibóia (não se usa em, banhos) Taioba (não se usa em banhos) Erva de passarinho (não se usa em banhos) Capeba (Pariparóba) Omulú/ Obaluayê: Canela de velho Assa peixe Alfavaca Jarrinha (não se usa em banhos) Taioba (não se usa em banhos) Cordão de frade Taquarinha Aroeira (só pertence a este santo em determinados horários) Tempo: Castanheira (não se usa em banhos) Boldo Canela de velho Palmeira (não se usa em banhos) Alecrim Cana de macaco Manjericão Aroeira (seguindo o mesmo horário de Omulú) Xangô: Akôkô Betis cheiroso Sucupira Elevante Folha de quiabo Gameleira Logum Edé Chapéu de couro Oriri Colônia Alecrim da horta Manjericão Alfazema Patióba Alfavaquinha Oyá: Para raio (não se usa para banho) Folha de manga espada Eucalipto (não se usa em banhos) Erva prata Catinga de mulata Perecum vermelho (somente se usa em determinados banhos) Malva cheirosa Oxum: Manjericão Colônia Oxubatá (não se usa em banho) Sândalo Erva de Santa Luzia (não se usa em banhos) Capeba Oriri Yemanjá: Brilhantina Cana do brejo Imbaúba (não se usa em banhos) Saião Colônia Folha de algodão Trançagem Betis cheiroso Nanã: Negramina Assa peixe Taioba (não se usa em banho) Taquarinha (só pertence a este santo em determinado horário) Cordão de frade (não se usa em banhos) Jarrinha (não se usa em banhos) Alfavaca Mostarda Oxalá: Boldo Saião Colônia Folha de algodão Poejo Trançagem Melão de S. Caetano Como dissemos, estas são apenas algumas das ervas que cultuamos dentro do axé orixá. É de suma importância que observemos os horários em que vamos tirar as insabas, uma vez que podemos ter um aproveitamento inadequado e dependo de qual orixá, os riscos poderão ser irreparáveis. Muito importante também é sabermos as rezas para se retirar as ervas, o que damos para agué, o que faremos com elas ao chegarmos ao barracão. Estes são procedimentos indispensáveis ao manuseio das ervas sagradas. Cada orixá, como já dissemos, possui suas ervas, mas como sabermos ao certo? É necessária uma convivência com nosso (a) zelador (a), para que possamos aprender o uso correto delas. Nossos orixás são: paz, amor, perdão, e para tanto devemos obedecer às regras que existem em toda sua iniciação bem como na utilização de seus favores. Se nossos orixás são: paz, amor e perdão, também são seres que já viveram nesta terra, e como tais, precisam de sabedoria nossa ao lidar com tudo que lhes diz respeito. Se ao lidarmos com determinado fator dentro de nosso axé, não sabemos exatamente o que fazermos, é imprescindível que peçamos auxílio a uma pessoa mais velha, e que por estar a mais tempo nesta prática, saberá como nos orientar. E um desses imprescindíveis auxílios, é justamente o uso das ervas sagradas aos orixás. É comum vermos pessoas utilizando algumas ervas, mas sem o devido conhecimento de seus segredos. E basta um banho com uma erva imprópria ao orixá e danificamos e em muito a vida daquela pessoa. Como pudemos observar mais acima, existem ervas que não são utilizadas em banhos, e tão somente por serem ervas QUENTES e acabariam assim por esquentar muito o ori da pessoa. Fazendo com que seu anjo da guarda fique de tal forma agressivo, que poderá ao invés de ajudar, levar prejuízos a aquele ser.
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